Bailando Tango em Buenos Aires

julho 6, 2010

 

Apesar de ser VIBANA®  (copyright by Viaje na Viagem) de carteirinha, há muito tempo não piso o solo portenho, ou melhor, não risco os pisos milongueros porteños con mis tacones. Eu explico: minha grande paixão na cidade hermana é o tango, eu costumava ir todo ano na primavera para bailar uns tanguitos legítimos.  Aí meu joelho enguiçou e os pés deram defeito, em solidariedade ao joelho. Eu costumava dançar CINCO HORAS SEGUIDAS.  No fim da noite, tinha salmoura para os pés no hotel…ou você conhece mais alguém que leve BACIA e SAL GROSSO em viagens internacionais?

Depois de muitos pedidos, resolvi fazer um post só pra falar de tango aqui no blog, e para isso contei com o depoimento super fresquinho da minha amiguinha de traspié, Maria Elisa Vasconcelos, que vai pelo menos duas vezes por ano a Buenos Aires fiscalizar as milongas.  Ela conta:

Para mim Buenos Aires só é interessante por causa do tango.  No Brasil há diversas cidades mais interessantes, mas não conseguem atrair tantos turistas quanto Buenos Aires.   Eles conseguiram criar toda uma mística do tango, com shows e diversas lojas dedicadas exclusivamente ao turismo tangueiro.  Vem gente do mundo inteiro atraída pelo tango. Já nós, brasileiros, só conseguimos atrair um grande número de turistas no carnaval.  Apesar de a Bossa Nova e outros estilos de samba serem apreciados mundialmente, não conseguimos desenvolver atrações culturais e musicais ao longo de todo o ano.

É claro que, para o brasileiro que vai pela primeira vez a Bs As (é assim que os portenhos se referem a sua cidade), por apenas 3 ou 4 noites, é interessante  assistir um daqueles shows de tango preparados para turistas, porque são realmente bem produzidos (um pouco como show de samba no Brasil).  Mas são caros e geralmente incluem um jantar bem caro também.  A comida é sempre boa em Bs As, tanto num barzinho barato quanto numa casa de shows, mas só vale a pena pagar uma “cena-show de tango” se você não tiver tempo para escolher /comer em nenhum outro lugar.

Se você tiver um pouco mais de tempo para aproveitar em Bs As, além dos grandes shows para turistas como El Viejo Almacén ou Señor Tango, muitas vezes há também espetáculos em teatros e pequenas casas noturnas, mais baratos e freqüentados pelos próprios portenhos, como o Bar Sur …

Bar  Sur – Estados Unidos 299 – (11) 4362 6086

…ou o Café Tortoni, que tem shows muito simpáticos…

Café Tortoni – Av. de Mayo, 829 – (11)4342-4328

…mas é necessário pesquisar um pouco nos jornais e sites especializados.

O mais interessante mesmo, para o meu gosto, é dançar nos bailes de tango (milongas) freqüentadas por portenhos tangueiros e alguns estrangeiros aficcionados.  É claro que é necessário aprender a dançar um pouco de tango antes de se arriscar, mas sempre recomendo aos meus amigos, porque é divertido ir a uma milonga mesmo para quem não sabe dançar, nem que seja por apenas uma hora, para tomar uma bebida e apreciar um ambiente autenticamente portenho.

Há sites com todos endereços, telefones e horários das milongas e aulas de tango em Bs As:

www.buenosairesmilongas.com

www.puntotango.com.ar

www.abctango.com.ar

www.eltangauta.com

Para aulas de tango, sem dúvida o melhor é a Escuela Argentina de Tango, com sede no Centro Cultural Borges, ao lado de Galerias Pacífico e filiais na Recoleta e em Rodriguez Peña – veja a programação em  ww.eatango.org

Nos locais das milongas (bailinhos), muitas vezes há também uma aula, 1h ou 1:30h antes de a milonga começar.  Pode ser interessante tentar, mas geralmente é difícil aprender algo em tão pouco tempo. A não ser que você possa ficar um mês ou mais por lá, como fazem muitos europeus e japoneses, dedicando-se exclusivamente ao tango.

Se você quiser apenas conhecer uma milonga bem típica, recomendo as do happy hours no centro da cidade, para onde vão os portenhos depois do trabalho.  Aliás, algumas começam às 3 ou 4 horas da tarde, quando chegam os aposentados; um pouco mais tarde chega a turma de quarenta ou cinqüenta anos, quase sempre sós.  Mas não são locais para paquera, vão para dançar e quase todos já se conhecem.  Eu gosto muito de ir sozinha a estas milongas, pois sempre há muitos cavalheiros que me convidam para dançar.

No final de tarde (sempre é bom telefonar ou verificar os dias e horários na Internet), recomendo:

Confiteria Ideal (cenário de muitos filmes de tango) – Suipacha 384 – tel 15-41599769, 52658069

Confeitaria Ideal

Nuevo Salón Argentina – Bartholomé Mitre 1759 – tel  43716767

Nuevo Chiqué em Casa de Galícia – San Jose 224 – 1º piso – tel 15-50079517 (neste os homens sentam de um lado do salão, as mulheres do outro e os casais ao fundo, junto à janela, para que todos saibam quem está disponível)

Salón Canning (4ª feira e domingo) – Scalabrini Ortiz 1331 – tel 4832-6753, 15-36040714

El Beso (3ª  e 5ª feira das 18:00 à 01:00) – Riobamba 416 – 4938-8108, 4953-2794

Há um detalhe: para convidar uma dama para dançar existe a “mirada” e o “cabeceo”.   Os cavalheiros não se arriscam a ir até a mesa da mulher e convidá-la, convidam de longe com o olhar (a mirada) e um pequeno movimento de cabeça (o cabeceo); se ela confirmar com o gesto de sim com a cabeça, aí sim, ambos se levantam.  Portanto, se você não quer se arriscar a dançar, basta ficar com cara de paisagem, não acenar nem responder a nenhuma “mirada” ou “cabeceo”.  Também é interessante entender um pouquinho do Lunfardo, a gíria  deles, que normalmente inverte as sílabas das palavras, transformando o TAN-GO em GO-TÁN.  Mas é divertido observar os movimentos do pessoal, como põem óculos para buscar um par e depois tiram para dançar de rosto coladinho…  Ah, e o tango de salão é bem mais simples que nos shows e é sempre dançado juntinho.

Também há bailes à noite, é claro, alguns até 4h da manhã. Pode ser nos endereços já indicados acima ou em vários outros lugares da cidade, principalmente nas sextas e sábados.  Algumas vezes há música ao vivo (é necessário pesquisar exatamente em que dia) – a Orquestra Collor Tango é imperdível – mas há outras pequenas e boas orquestras de tango. À noite os figurinos dos bailarinos costuma ser mais elegante e interessante. 

Na recepção dos bailinhos geralmente há revistas especializadas – distribuição gratuita -, com agenda completa e vários anúncios tangueiros e alguns folhetos, para divulgar a programação dos próximos dias.

Há características especiais de algumas milongas: “milongas de pareja” (só vão casais, principalmente aos sábados), algumas mais freqüentadas por jovens (por exemplo as organizadas pelo grupo Parakultural, em diversos endereços), há até milongas gays!!!  Nem sempre é fácil identificar o nicho específico da milonga em menos de 15 minutos.  De qualquer forma, jamais haverá perigo ou falta de segurança num local onde se dança tango – todas mulheres deixam suas bolsas abandonadas sobre as mesas e vão dançar de olhos fechados!

Nas noites de 2ª feira, às 21h (antes tem aulinha), recomendo especialmente o Club Gricel – La Rioja 1180 – tel 49577157 e 49578398. Para mim, é o melhor piso para dançar em Bs As, 2ª feira é mais animado mas há bailes em outras noites também.

Euzinha me esbaldando, no período paleozóico

Nas noites de 5ª feira, o mais tradicional: Niño Bien no belo salão do Clube Región Leonesa – Humberto Primo 1462 – tel 15-41478687, 15-51087567 e 43057310. Neste salão também há bailes sextas e sábados à tarde.

Beatriz Toledano, figura clássica do Niño Bien

Nas noites de quinta, sexta e sábado, há um local mais eclético, com música de vários estilos, incluindo o tango, a salsa e a chacarera (é a quadrilha saojoanina deles), muitos jovens e turistas – La Viruta, no Centro Armenio – Armenia 1366 – Palermo – tel.47746357 e 47790030. 

Neste ambiente mais misturado, porém, não recomendo largar a bolsa abandonada na mesa para dançar de olhinhos fechados!

Bom proveito.

Obs – VIBANA: Viciados em Buenos Aires Não-Anônimos.  Criação coletiva da Mô Gribel, Sylvia e Carla Portilho, ótimas referências para informações Bonairinas.

Rio off-road urbano

junho 2, 2010

Enquanto carioca empedernida (aliás, mais carioca do que brasileira) eu considerava uma grave falha no meu currículum nunca ter subido a trilha que  leva até o Morro da Urca.

É uma trilha quase geriátrica, de tão facinha, curtinha e bem sinalizada, mas meu joelhos enguiçados não tem a mesma opinião.

Mais uma vez eu me engajei no passeio do grupo de pandeiristas  Rio Pandeiro e pude aproveitar a companhia (o apoio, os biscoitinhos, o cajado, o chocolate, a ajuda, etc) para executar a empreitada.

O passeio começa na pista Cláudio Coutinho, na Urca, que o exército usa para pequenas corridas (e o povo saudável também). A entrada fica a uns 200m do portão, mas já dá pra se emocionar com a beleza do visual.

Com degrauzinhos de madeira, praticamente uma escada rolante enguiçada, e até alguns trechos planos,  levamos um pouco mais de 40 minutos para chegar ao topo, parando para atender os protestos patelares.

A chegada à estação do bondinho faz valer qualquer esforço,

a vista é impressionante. 

Ainda mais agora que a empresa se modernizou e colocou umas lojinhas e barzinhos simpáticos para atender os turistas, ainda que locais; e as peruas consumistas como euzinha.

Depois de repor as calorias perdidas com muito expresso e pão de queijo, os músicos começaram a se animar pra tocar.  Foi um sucesso retumbante!  Até deixaram um tutuzinho no pandeirinho de gorjetas pra nós.

Como descer é muito mais sacrificado do que subir, patelarmente falando, alguns componentes descemos de bondinho, por módicos onze reais (e agora em junho, com o projeto carioquinha viram R$ 5,50)  viemos desfrutando das belezas e do conforto da tecnologia no bondinho.

Esse programinha não pode terminar sem um pit stop no bar do Círculo Militar, com mesas ao ar livre à beira mar. Um chopinho bem tirado e boa companhia fecham qualquer coisa com chave de ouro, né mesmo?

Aos meus companheiros de platinelas, agradeço as fotos candidamente roubadas de seus respectivos facebooks, ok, Helena, Nick e Tadeu?

Nas águas do Pink Fleet

março 30, 2010

Esse ano meu aniversário caiu numa segunda feira, diazinho horrível pra comemorar, então eu e a mana, peixinha de dois dias depois, resolvemos comemorar no uiquendi anterior, a bordo da “canoa” do Eike Batista, o tal Pink Fleet

O barco faz um tour pela Baía de Guanabara de aproximadamente 3 horas de duração.  Eu já tinha feito esse passeio com outras embarcações mais “simplinhas”, e até com o finado Bateau Mouche, bem antes de afundar; mas tenho que reconhecer que a bordo do Pink Fleet tem muito mais glamour.

O embarque é feito de manhã na Marina da Glória.  Como o barco é muito grande, ele fica atracado laaaaaaá longe, e uma van faz o traslado da Marina até a ponte de entrada.

A tripulação é atenciosíssima e a família de pinguças alugou os pobres garçons por toda manhã para fazer um test drive completo do cardápio de caipirinhas (todas aprovadas!).

 

O barco tem vários ambientes, alguns ao ar livre e outros em ambientes climatizados (vai que chove, né?)

Apesar do sol inclemente, nos instalamos no bar ao ar livre…tudibão!

O barco vai até a saída da baía, que é o trecho mais turbulento, passando pela orla do Flamengo e Botafogo, dando oportunidade de admirar os cartões postais cariocas por outro ângulo.

Nesse momento, uma fominha vai tomando conta dos passageiros, e o buffet passa a ser o lugar mais movimentado do pequeno navio.  Tem saladinhas e delicinhas para enganar “o lobo”, com direito a sobremesas, por R$ 29,00 (não incluídos nos R$ 80,00 do passeio).  Também tem pratos à la carte, por volta de R$ 50,00.  Todo mundo fica satisfeito.

Na volta o barco vem margeando Niterói

onde presenciamos uma regatinha,

e vamos até a Ponte Rio-Niterói.  Passamos por baixo do vão central (dá uma foto linda, mas eu cheguei atrasada).

Todo o caminho é explicado em português e inglês (inclusive as histórias do baile da Ilha Fiscal), para os turistas não cariocas. 

Afinal, carioca também faz turismo em casa, né?

Big Brother Abrolhos 2009

julho 27, 2009
by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

Você já se imaginou confinado num pequeno espaço, com pessoas desconhecidas, num lugar sem possibilidade de escape? Hummm…já viu esse filme (esse programa)?  Não, não é o Big Brother, é uma operação de mergulho live aboard, quédizê, ficamos embarcados direto, sem direito à terra firme. 

Publicada na Revista Mergulho jul/09

Publicada na Revista Mergulho jul/09

Só que ninguém foi eliminado ou competiu com os outros brothers;  pelo contrário, o ambiente foi de camaradagem e bom humor 24 horas por dia.  Poizé, eu me meti nessa aventura aquática, e só posso dizer que gostei muito!

Sunrise

Abrolhos Vagdive 2009 022

Foram quatro dias no mar do sul da Bahia: saindo de Caravelas são quatro horas de navegação.  Durante o dia ficamos submersos, à noite, ancorados perto das ilhas.

Rio Caravelas

A operação foi montada pela Calypso Brasil, e executada pela empresa Horizonte Aberto.  O catamarã é su-per-con-for-tá-vel, dentro dos limites de conforto de um barquinho em alto mar.

Catamfte

Catamfdos

Cabine1      Cabine4

A tripulação não poderia ser mais gentil, montavam todo o equipamento pelo menos duas vezes por dia (três, com os noturnos), davam toda a assistência…até um forró marítimo eles improvisaram para animar as scubas pés-de-valsa (ou de baião?)

Luluzinhas

O cozinheiro Adílson,  foi um personagem à parte: afora o talento para se virar naquela nanocozinha flutuante sem fazer bagunça nem sujeira, tirava da cartola (da caçarola) moquecas, peixes, filés mignons saladas, lasanhas e até pavês, superdisputados.  Acabou voltando conosco pro Rio (acho que foi um sequestro…)

cozinha

desayuno

desayuno

almoço

almoço

preguiça (mergulhar cansa)

preguiça (mergulhar cansa)

diner

diner

As equipes se dividiram entre os Alfa-divers, capitaneados pela Marise 🙂 sob orientação do dive master Mauro L. Reis…

Alfas

…e as Luluzinhas 😆 quatro aguerridas iniciantes (euzinha  incluída), dispostas a escanear os mares de Abrolhos. 

Lulus2

minhas poderosas red fins

minhas poderosas red fins

Nós fomos paparicadas guiadas pelo dive master Fábio Negrão, que participa do Projeto Coral Vivo, da Petrobrás.

Aliás, todo mundo que trabalha em Abrolhos acaba envolvido em algum projeto ecológico devido ao caráter fortemente preservacionista do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que foi o primeiro do Brasil, criado em 1983, abrindo caminho para o Parque Marinho de Fernando de Noronha e outros.

O desembarque é proibido em quase todas as ilhas, com exceção da Ilha Siriba (o ninhal dos Atobás) e da Santa Bárbara, restrita ao pessoal da Marinha e aos funcionários do Parque. 

by Elisa Quilula

by Elisa Quilula

A Siriba é um santuário de reprodução dos Atobás, pássaros que parecem feitos de pelúcia e lavados em Ariel, quando pequenos.

Atobas

Fizemos ao todo oito mergulhos, dois deles noturnos (minha estréia na soirée-sub), quando as cores estão mais impressionantes

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

e três naufrágios, Guadiana, Rosalinda (ainda com garrafas de cerveja) e Santa Catharina.  A visibilidade não estava muito boa (uns 8 metros), mas deu pra sentir a emoção de brincar num navio fantasma e descobrir algum tesouro.

pontinha do naufrágio

pontinha do naufrágio

As estruturas mais impressionantes são os chapeirões, verdadeiras catedrais de coral que crescem até 30 metros de altura a partir do fundo.

Chapeirão

Nessas catedrais vivem corais de cores indescritíveis, além de peixes criados pelo photoshop divino, de tantas cores que possuem. 

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

A fauna do arquipélago não é muito numerosa, mas é muito diversificada, ou seja, poucos indivíduos, mas inúmeras espécies.

by Tereza Maldonado

by Tereza Maldonado

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

by Elisa Quilula

by Elisa Quilula

Falando em espécies, a mais buscada foi a do mero, que o Mauro pesquisa para o Projeto Meros do Brasil.  Reza a lenda que um deles, de uns duzentos quilos, habita um dos naufrágios.  Ele  espera os mergulhadores passarem pra espia-los mansamente de trás, mas ninguém deu de cara com o doce monstrinho.

A rotina de mergulhos é muito cansativa: o horário de acordar é o do sol, pois o astro-rei entra pelas escotilhas da cabine  antes das seis da matina.  Até as oito já está todo mundo dentro d’agua, de barriguinha cheia.  Ao meio dia, almoço, com uma siesta em seguida.  Duas da tarde mais um mergulho, até o sol baixar e no comecinho da noite o mais espetacular de todos.

Matinal

Apesar de produzir muita endorfina, às vezes tínhamos que relaxar um pouco

vidão

Afinal, é duro viver no mar…

Sunset

Mais fotos aqui.

Mississipi e Capibaribe?

junho 29, 2009

Como todo ano, lá fui eu pro Rio das Ostras Jazz e Blues Festival.  Como todo ano, fiquei apaixonada por um show.  Esse ano nem foi uma novidade, pois o Jefferson Gonçalves  já tocou naquele palco pelo menos umas duas vezes, mas dessa vez o show dele literalmente levantou a platéia, que curtiu a  sonzeira até debaixo d’agua, pois caiu uma tempestade no final do show que não foi suficiente pra esmorecer o ânimo da platéia 

Chuvarada

Só que dessa vez ele fez um show em parceira com um baixista cearense de 13 (tre-ze!!!!) aninhos, que já é uma estrela supernova, arrasa num palco grande como gente grande: o Pipoquinha. 

A proposta do show é juntar a sonoridade azul do Mississipi com a batida auriverde de Pernambuco, e não é que deu certo?

Teve ainda um show dele no palco da Lagoa do Iriry, à tarde, sob sol forte, e foi o mesmo sucesso.  Fiquei esperando tocar uma música menos ótima pra ir embora e não consegui sair.

Jeff IrirY

Na verdade a grande atração do festival era o bacanérrimo Spyro Gyra, que mostrou um som redondinho e suingado, com uma simpatia quase brazuca

Spyro clap

O  troféu simpatia ficou com uma moça tímida, parecida com a Cássia Eller no início da carreira, mas uma voz de responsa, a Wendy Lewis, que tocou com o Trio Bad Plus 

Bad Plus

Mas a grande revelação pra mim foi a Big Time Orchestra, de Curitiba, que compareceu comme il faut, e botou o povo todo pra dançar.  Pena que minha máquina teve um piripaque nessa noite…

Viva o iutube dos outros, que permite roubos descarados, némess?

E viva a prefeitura de Rio das Ostras que produz esse festival tão legal, 0800, num espaço aberto a quem quiser chegar.  Tomara que tenha mais ano que vem.

Até pro ano

San Andrés subaquática

junho 22, 2009

Capa0

Como não podia deixar de ser, agora que tenho o brevê submarino, fui lá de novo conhecer os peixinhos caribenhos mais a fundo 😳

Mar de sete cores

Mar de sete cores

O hotel foi o mesmo da outra vez, não que seja muito bom, mas a estrutura aquática realmente vale cada centavo pago ao resortão meia boca.  E a piscininha natural do deque continua linda, como o nosso Rio de Janeiro.

hotel luar

deck1

deck2

Repetimos o passeio a Johny Cay e ficamos debaixo d’agua até o momento de voltar pra terra firme.  Aliás, eu repetiria todas as vezes :mrgreen:

mato jc

praia jc

coral jc

cobra jc

Minha dupla de mergulho queria um ponto não muito profundo (problemas auriculares) e com muita vida marinha. 

chita

A claridade da água nem precisou ser mencionada, já que naquela ilha só tem lugares perfeitos (uns vinte!) pra mergulhar.  Escolhemos com a Diver’s Team  os pontos La Piramide e Bajo los Bajos.  É impressionante a quantidade de tons de lilás e roxo que os corais e algas locais escolheram pra se enfeitar.  A combinação com o   turquesa da água é de derreter a paleta de cores do photoshop.

roxo2

roxo1

A ilha é na verdade um coralzão que emergiu há muitos séculos, e o fato de não ter nem um riachinho contribui pra tornar as areias infinitamente brancas e a água caribenhamente turquesa (amo muito tudo isso)

mar turquesa

Essa informação foi dada por nosso personal taxista Asdrúbal, que sublinhou nossos passeios pela ilha com tanguitos lejanos.

taxi

A tentiva de se jogar na balada de San Andrés durante a semana foi decepcionante, tentamos duas buátchis localizadas em hotéis:  Sundeck (estava fechada) e Blue Deep, que não tinha uma criatura viva dentro, nem DJ.  Voltamos pro hotel e até hoje, noveleira que sou, estou preocupada com o destino do delegado (não lembro o nome), mocinho da novela (não sei  o nome) que combatia o tráfico em Bogotá. Quem souber alguma coisa, pelamorde, me conte.

Mas a grande surpresa de San Andrés foi um mergulhinho de snorkel no lugar conhecido como La Piscina, ao qual eu fui o-bri-ga-da a voltar depois.

trampolim

Lá fica a base de lançamento do brinquedo aquanauta, que eu não recomendo: mergulhar com uma bolha de ar apoiada no ombro, ligada à superfície por um tubo com oxigênio, como os antigos escafandros…hum…sei não :~:

piscina

Quando pulamos na água,  Rafael, um nativo simpático, cheio de trancinhas rasta se ofereceu pra nos acompanhar e nos mostrou  um cardume (constelação?) de estrelas do mar, umas duzentas, pelo menos!!!!  A uns oito metros de profundidade (e Rafael fazendo gracinhas lá…) Foi uma das coisas MAIS BONITAS que eu já vi na minha vida!  Pena que as fotos não estejam muito definidas 😦

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raia star

Mas Rafael se jacta de ser o campeão de mergulho em apnéia na ilha 😎

rafael

O lugar é bem profundo ao largo da costa.  Não é uma prainha, mas sim um rochedo mergulhado no mar, onde aparecem mil caverninhas e muuuuitos corais, de todas as cores.

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alga

As próximas fotos que deixo aqui são da fera Gina Garcia, mergulhadora, fotógrafa, gracinha e musa dos scubas que aparecem por lá

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Ops, essa é minha mesmo

Ops, essa é minha mesmo

Mais fotos aqui.

Parque Tayrona – anexo da mana

junho 22, 2009

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A Carlota fez essa mesma viagem à Colômbia no carnaval, e uma das coisas que ela mais gostou (e eu não tive tempo de fazer) foi visitar o Parque Tayrona, em Santa Marta, um sub passeio pra fazer em  Cartagena.  A seguir psicoteclo o relato dela:

Colômbia também é ecoturismo! Em Santa Marta está o segredo ecológico mais diversificado do Caribe, o Parque Tayrona, que oferece uma miríade de programas de índio adoráveis, dentre eles a tal Ciudad Perdida, uma caminhada de seis dias pela trilha. Como nossa passagem foi breve, não tivemos oportunidade de desfrutar de muitas aventuras, mas com a pequena amostra do que foi possível conhecer em menos de 48 horas, ficou uma vontade imensa de voltar para aproveitar com calma o que essa terra tem para oferecer.

O último ônibus de Cartagena de Índias para Santa Marta saía às 7h ou 8h da matina, portanto resolvemos viajar num serviço de van contratado pelo próprio hotel. Apesar de ser um pouco mais caro que o ônibus, parece um serviço muito comum e bastante utilizado pelos colombianos, que, por unanimidade, não recomendam a viagem de ônibus.

Chegamos às 13h55 ao hotel, onde a van nos apanharia às 14h, mas eles já haviam passado. O próprio recepcionista (concierge dos pobres) se encarregou de resolver o problema, e conseguiu outra (tel 3114078685 Habib placa 516). e por volta de 14h30 já estávamos com o pé (as rodas) na estrada para uma viagem de umas 4 horas.

Em Santa Marta já tínhamos reserva no Hotel Nueva Granada  (Calle 12, No. 3-17, tel 4312568 e 4210685), que fica na parte antiga da cidade. O hotel é bem simplesinho, mas atendeu às nossas expectativas. Nosso tempo em Santa Marta era curto, precisávamos agilizar o passeio ao Parque Tayrona para o dia seguinte.

Como chegamos domingo à noite e o hotel foi bem recomendado, decidimos agendar lá mesmo nossa excursão para a manhã seguinte. A única opção oferecida para transporte até a entrada do parque nos apanharia no hotel às 10h30, e a informação obtida era a de que não valia a pena sair antes utilizando outro transporte, pois nesse caso, o ponto onde nos deixariam (El Zaino – km 35) ficava a pelo menos a 1 hora de caminhada da entrada do Parque.

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Comparada à Cartagena, Santa Marta é uma cidade muitíssimo mais modesta. Apesar da enorme quantidade de obras, a impressão é a de que o ecoturismo ali atrai mochileiros do mundo todo, sem a menor disposição para gastar dinheiro.  Nessa vibe “budget”, jantamos no Welcome, bem pertinho do hotel.

Aproveitamos o começo da manhã para comprar as passagens de ônibus para Caracas e fazer câmbio, e às 10h30 já estávamos no nosso transporte  😆 para a entrada do parque Tayrona.

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A primeira praia, Cañaveral, não é grande coisa e fica a uns 15 minutos a pé da entrada do parque. Ali estão instaladas os tais ecohabs, umas cabanas chiquezinhas, onde o povo se hospeda, faz massagens, banhos com ervas e terapias corporais… praticamente um spa indígena.

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As praias mais bacanas ficam depois da trilha de aproximadamente 1 hora de caminhada pela mata.

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O primeiro e o último terço dessa trilha são quase geriátricos, de tão fáceis, mas o terço médio tem umas pedras meio escorregadias e complicadas. Mesmo assim, nada a ponto de a chuva fina que começava a cair tornar desagradável a caminhada.

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Quando chegamos à praia de Arrecifes, embora o tempo já estivesse bem fechado, a imagem daquelas montanhas verdes ao fundo tornava impossível não notar a semelhança com o litoral da Rio-Santos.

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Como já eram quase 2 da tarde, pensamos em deixar alguma comida encomendada no único restaurante que havia por ali, para mastigar quando estivéssemos de volta, mas ao assuntar com o garçon, chegamos à conclusão de que o tempo estava escasso, pois o último transporte de volta para Santa Marta saía às 18h ou 18h30 – as informações eram controvertidas –  da entrada do parque, ponto que ficava ainda a 1 hora de trilha. Optamos então por prosseguir sem pensar em comida mesmo, e não nos arrependemos, pois as praias em seguida, Las Piscinas e Cabo San Juan, eram cada uma mais bonita do que a outra.

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Na última delas havia um camping, com estrutura bem simples, onde as pessoas dormem em redes.

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Os horários dos transportes indicam que ninguém vai ao Parque para voltar no mesmo dia. Só nós, que no dia seguinte iríamos de ônibus para a Venezuela. Já ia ficando tarde, mas não nos conseguíamos nos conformar em voltar sem pelo menos dar uma espiada naquelas praias lindas. Quando nos demos conta, já eram quase 17h, e ainda estávamos em Cabo San Juan. Voltamos em disparada, desembestadas pela trilha escorregadia, quando desabou o maior aguaceiro, encharcando nossas mochilas e documentos. Não sei como, mas conseguimos fazer o percurso todo em 45 minutos. Quando chegamos, acabava de sair um microônibus. Acabamos conseguindo outro transporte para Santa Marta e ficamos ao mesmo tempo felizes, porque precisávamos voltar para viajar no dia seguinte, e tristes, por ter estado naquele lugar maravilhoso e não poder aproveitá-lo comme il faut.

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No dia seguinte, nosso ônibus para Caracas saía às 12h30. Decidimos aproveitar a manhã em Taganga, uma simpática praia de pescadores a 15 minutos de táxi de Santa Marta.

Chegando lá, alugamos um barco que nos levou até Playa Grande, uma espécie de enseadinha, que tem ao fundo umas montanhas de vegetação de cactáceas muito curiosa.

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 A praia estava bem vazia e dava para fazer snorkel.  O barqueiro nos mostrou fotos incríveis de peixinhos que podiam ser vistos em outra praia um pouco mais adiante, cujo nome não me lembro.

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Mas já eram quase 11h e estava na hora de começar a voltar, mas no táxi a caminho de Santa Marta, ainda paramos num mirante incrível, com uma vista de tirar o fôlego. 

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Cartagena de Yndias

junho 11, 2009

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Na minha opinião,  Gabriel Garcia Marquez é o melhor escritor do mundo.  Minha opinião.  Isto posto, deixe-me começar a falar de Cartagena:  lá se passam muitos dos melhores romances do melhor escritor do mundo.  Ou seja, antes de descer do avião eu já estava perdidamente apaixonada por essa cidade cercada por uma formidável muralha, onde vive encarcerada a poesia, como se lá dentro o tempo não passasse e a cidade fosse indiferente à passagem dos carros e desse mesmo tempo lá de fora. 

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Fica difícil pensar no século XXI, com aquelas casinhas coloniais e charretes cruzando as ruas estreitas. 

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Faz um calorzinho caribenho, mas tem uma brisa que cria uma atmosfera inebriante, morena, musical, dançante, histórica…gostosa.  Como um cenário de livro do Gabo.

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Assim como Paraty e Tiradentes, Cartagena descobriu um forte apelo turístico dentro de suas muralhas, e de lá somos transportados a outro tempo, outra história, quase uma fantasia. 

 É isso, é uma ilha de fantasia.  Do lado de fora a cidade segue crescendo, tem vida própria, mas lá dentro tudo fica diferente.  Quase dá pra esbarrar em Florentino Ariza e Fermina Daza no Portal dos Dulces. 

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E pelos corredores do Convento de Santa Clara (atual moderníssimo Hotel Sofitel) pode-se sentir o roçar dos cabelos de Serva Maria, que se apaixonou pelo padre Cayetano Delaura.

santa clara

Voltando ao mundo real, a melhor coisa da cidade é se perder nas ruas cheias de gente colorida e casas cheias de flores. 

Baianas

A  pé podemos descobrir pequenas jóias como ameixas frescas no camelô, uma livraria simpática, a Ábaco,  

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e sabores locais exóticos.

boquete

boneca

sagrado x profano

sagrado x profano

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Nessas andanças apaixonadas fomos atropeladas por um legítimo museu de esmeraldas (calle Don Sancho 36-75), onde o dono encravou um pedaço de rocha cheio de pepitas de esmeraldas, para simular uma mina verdadeira, além de selecionar algumas pedras lapidadas e maravilhosas para exibição (mulheres, não cheguem perto de lá com o cartão de crédito na bolsa, ou a viagem vai ficar caríssima)

esmeralda

Os cartagenenses  a-do-ram casar, é um dos melhores programas locais.  E o curioso é que todo mundo vai de branco: a noiva, o noivo, os padrinhos, os convidados, a charrete…

casamento

charrete

Quando consegui me libertar do transe inicial da chegada, fui visitar Iemanjá. 

Playa Blanca, by Carlota

Playa Blanca, by Carlota

 

 Traduzindo pro turistês: fui fazer um passeio de barco às Ilhas del Rosário, um arquipélago a duas horas de navegação de Cartagena, onde pode-se assistir ao show do Oceanário, ou mergulhar o snorkel na água e nadar com os peixinhos…afinal estamos no Caribe, né?  Sugiro que quem gosta de água transparente e muita vida marinha, ignore o tal show e nade com as atrações.

coralzinho

O mesmo passeio (leva o dia inteiro) desembarca na Playa Blanca para almoço.  FUJA! Corra, Lola, corra.  A comida é ruim demais, parece que somos uma tropa do exército recebendo o rancho.  Devia ter levado um sanduba e ficado na praia (maravilhosa) pegando sol.  É verdade que tem um batalhão de vendedores ambulantes querendo te empurrar qualquer coisinha, mas basta uma palavra mais enérgica que eles desistem. 

O barco já está equipado com tecnologia baiana de entretenimento (axé music marítima)

axe no barco

A cidade amuralhada é tão pequenina que só dá vontade de andar a pé.  Mesmo na night, o que mais se vê é o povo na infantaria e depois se acabando de dançar salsa no complexo bailante-musical do Portal de los Dulces,  formado pelo Donde Fidel (mais popular) e o Tu Candela (mais chique)

fidel

Ou mesmo tomando só um chopinho na Plaza Santo Domingo

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leque

Meu boteco preferido nessa praça ficou sendo o Paco’s, pela boa música (ao vivo) e pela cerveja gelada.

Pacos

Mas não posso desprezar o Crepes & Waffles, no qual eu fiquei viciada.  Não é um restaurante típico ou pitoresco, mas eu enlouquecia com os crepes e toda hora voltava lá.  Baideuêi, essa rede de creperias está presente em toda a Colômbia, e suas funcionárias são todas mães chefes de família.  Muito simpático.

crepes

O Lerê histórico mais importante é o Castillo de San Felipe, uma fortaleza cheia de túneis e labirintos pra criança nenhuma botar defeito

sanfelipe
  
labirinto

Nessa viagem tive a feliz surpresa de encontrar o Arthur, do Agora Vai, e por poucos dias não fizemos a mesma viagem.  A descrição dele da cidade de Cartagena é muito mais real, menos romanceada e muito engraçada, uma delícia de ler.

Pra não dizer que não falei de coisas práticas, vou falar do hotel que nós nos hospedamos, o San Diego  

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  patio hotel  Quarto hotel

Dentro da muralha existem poucas opções de hospedagem: ou são os hotéis de luxo, como o Sofitel Santa Clara ou o El Marqués, ou são albergues bem chinfrins.  Mas o nosso conseguia ser simplinho E honesto, além de muito bem localizado, pertinho do supermercado Exito, onde até fizemos câmbio! Sem falar na atenção toda especial do staff do hotel e ainda estavamos a 5 minutos de caminhada (ou a 5.000 pesos de táxi) de qualquer lugar da cidade.  Até mesmo da praia de Boca Grande…

miami

A única coisa que eu não gostei em Cartagena.  E olha que eu a-do-ro praia.  Pode ter sido a combinação de prédios gigantescos com areia preta e mar marronzinho

praia

Ou ainda a chuva torrencial que caiu nesse dia.  Eu procurava o MEU mar do Caribe, com aquelas cores estonteantes e via a praia da Ilha do Governador.  Fiquei a ver navios…

gaivotas

Mas isso não tirou meu ânimo.  Continuo apaixonada pela cidade.  Acho que Cartagena deveria ser o hub do Caribe.  Seria sensacional TER QUE passar por lá pra visitar aqueles mares.  Com certeza eu volto lá, quem sabe pra tomar uma cerveja com o Gabo? Sonhar não custa nada.

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Mais Cartagena aqui.

Fotoblog – fachadas de Cartagena

junho 1, 2009

Enquanto eu não acho palavras suficientes para expressar minha perdida paixão por essa cidade histórica do Caribe (sempre lá…), deixo vocês com uma amostrinha da beleza das fachadas de Cartagena de Índias.  Elas pertencem a uma época em que as pessoas não precisavam se empilhar para morar.

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Gostou? Tem mais aqui.

Chévere Bogotá

maio 31, 2009

Capa

Quando eu contava às pessoas que iria a Bogotá nas férias, todo mundo se arrepiava

– cruzes, você  não tem medo da violência? Lá é muito perigoso…

– depois da guerra na esquina da minha casa, perigoso é Copacabana.

Poizé, Bogotá se mostrou assim simpática, esfuziante, movimentada, imersa em suas raízes históricas e fervilhando de modernidade…chévere!

Chévere quer dizer bacana, trilegal, porreta, arretado, da hora, bão-dimais-sô,  e se usa todo o tempo para elogiar alguma coisa…chévere.

A Colômbia é um resuminho das Américas para turistas apressados, mas com muito bom gosto; tem uma bagagem histórica considerável, mata amazônica exuberante, praias caribenhas, carnaval, montanhas andinas (nevadas!) e muita cultura própria. 

Bogotá fica a 2.700 metros de altitude, e pra quem acabou de subir do fundo do mar (depois eu conto) dá uma zoeira danada.  No mesmo dia que chegamos, aproveitamos o começo da noite para subir mais uns 500 metrinhos e ver a cidade lá do alto do cerro Monserrate (u-huh, nem preciso de álcool)

 MOnserrate

Dali dá pra perceber que Bogotá é muito grande!

 Panoramica

Além da visita à igreja, aproveitamos pra jantar por lá mesmo, afinal, é lá que fica um dos restôs mais bacanas da cidade, o Bistrô San Isidro. 

rest san isidro

Se você quiser pedir alguém em casamento inapelavelmente, tem que ser lá, é i-ne-gá-vel, e o cardápio incentiva: champignons variados com sauce de queijos

 Mush

Mousse de chocolate branco com frutas amarelas e vermelhas

 mousse

Tarte Tatin com sorvete de sei-lá-o-que

 tatin

Bogotá é uma cidade extremamente policiada, demais até.  Tenho a sensação de  abrir mão da liberdade em troca da segurança, algumas vezes tivemos as bolsas revistadas próximo a lugares estratégicos.  Em todos os vôos tivemos as malas verificadas, na ida e na volta, mas sempre fomos muito bem tratadas.  Não sei se achei tão ruim…

Escolhemos a Casa Platypus, um albergue melhoradinho, no bairro histórico da Candelária para nos hospedar.  Muito simpático, principalmente para caminhar por todo o centro histórico e voltar rapidinho pra casa.

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Na mesma praça do hotel está uma das melhores casas de salsa da cidade, o Goce Pagano, onde os estudantes e trabalhadores vão dar seus passinhos na sexta à noite, depois do expediente.  Animadíssimo pelos drinkes baratinhos.

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Mas a night ferve mesmo é na Zona Rosa,  entre as calles 82 e 85, para a jeunesse dorée; e no Parque 93, pra quem assistiu Capitão Asa na infância.  Mais de trinta restaurantes na mesma pracinha, para todos os gostos e bolsos.  Claro, não podia faltar outra salsateca bombante, a Galeria Café Libro, também para um público mais prateado, se é que você me entende…

 cafe libro

Há uma forte recomendação para que não se tome um táxi na rua à noite, ele deve ser pedido ao garçom, ao porteiro ou ao vendedor, que fornece uma senha a ser dada ao motorista.

A maior aventura é se perder pelas calles antigas,  numeradas por um sistema curioso, assim:  se o endereço é carrera 7 #11-28, isso significa que seu destino é o número 28 da carrera 7, no quarteirão em que cruza com a calle 11.  Facinho, né?

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Não existem orelhões na cidade, então alguns camelôs  “alugam” seus celulares por alguns minutos. 

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Aliás em termos de aluguel, nunca vi nada mais exótico:  um serviço de mariachis 24 hs por dia!  Imagina, você pode PRECISAR de um mariachi às 10:30 da manhã e pimba, lá vai o conjuntinho, todo paramentado.  Pena que eu não fotografei a reunião deles.

Antes  de sair para nosso lerê cultural no centrinho, trocamos dinheiro no Emerald Trade Center, bem pertinho da Praça Las Águas (a do hotel), cercado de seguranças, com uma cotação melhor que em qualquer lugar do país.

Bogotá é um museu a céu aberto.  Tem uma penca de igrejas barrocas forradas de ouro, que não se pode fotografar.  Inclusive a de San Francisco que na minha hagiologia era um santo alérgico a ouro (!).

Minha meta em Bogotá era visitar o Museo Botero, de quem sou fã incondicional.  Acho que seria o único capaz de me fazer um retrato fiel 😳 e bonitinho.  Brincadeiras à parte, ele tem um cunho sócio político muito forte, e curiosamente seu museu está instalado dentro da Casa de la Moneda.

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Na mesma caminhada, me apaixonei pela Igreja de Santa Clara, que virou um museu e pode ser fotografado à vontade.  Lá estava em exposição o trabalho de uma fotógrafa impressionante, a Adriana Duque, com fotos em tamanho gigantesco de crianças que pareciam perfeitamente integradas ao convento medieval.

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Mas o grande hit de Bogotá é o Museo del Oro, recém reformado, moderníssimo, muito bem montado, com áreas educativas e peças liiiindas (ai, vontade de COMPRAR o museu…)

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Além das exposições muito bem explicadas, entramos na sala dos xamãs, que reproduziam os antigos cantos rituais (arrepiante) num cenário de ouro. 

Fico imaginando a quantidade de ouro que saiu daqui, pra ter sobrado tanto 🙄

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Depois de tanto andar, hay que se entregar aos prazeres da mesa.  Na calle 11#6 tem um grupo de restaurantes antigos, simplesinhos, mas com comidas típicas, apreciadas pelos bogotanos (não para turistas apenas)

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Escolhemos o tamal, na folha de bananeira, e o ajiaco, uma sopinha levanta defunto.  De sobremesa, muitos docinhos à base de doce de leite, que para eles é arequipe.

 tamal   ajiaco

Depois de muchas compritas no mercado de artesanias (a Colômbia é uma das maiores produtoras mundiais de esmeralda), encerramos o lerê histórico.

O passeio mais interessante bate e volta de Bogotá é a Catedral de Sal, a uma hora de distância do centro.  Para chegar lá, basta tomar o Transmilênio, (um metrô de superfície que atravessa a cidade) até a estação Portal del Norte, e de lá se meter no micro ônibus (buseta, oh constrangimento) que vai para Zipaquirá.  É como se fosse um subúrbio de Bogotá, mas é outra municipalidade, tem sua própria igreja e Plaza de Armas.

 A catedral fica dentro de uma mina de sal, ainda ativa, mas em outro nível. 

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Quando esse “andar” foi desativado, construiram a catedral 180 metros abaixo do cume da montanha.  A obra impressiona pelas dimensões

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Deve ser bacana assistir a um espetáculo de música lá embaixo, mas enquanto catedral, deixou um pouquinho a desejar…

Todomundo recomendou a parrilha (churrasco) do Andrés Carne de Res, mas estávamos desmaiando de fome e comemos lá pelo Parque de la Sal mesmo (ai, se arrependimento matasse…).

Se seus olhos ainda tiverem curiosidade (e paciência) tem mais Bogotá aqui.